Por Gonzalo
Leonidas Chaves
São Paulo,
primavera dois mil e doze. Chove sem parar. Rodeado de Rosas e Orquídeas, fico
trancado num belo sobrado da rua dos Jacintos. Sentado frente à janela vejo
passar a vida. Passa o vendedor de gás com seu caminhão musical. Montado numa moto vermelha passa o delivery da pizzaria. Passa o vizinho
levando cachorro de passeio. Passa um marinheiro de capa e chapéu. Passa uma
moça bonita com um macaco nos braços. Por trás dela vinha um senhor magro levando
um violino. Logo passa a molecada brincando e deixa a rua cheia de murmúrio. À
meia tarde continua chovendo. O vento fresco trouxe a necessidade de abrigo. Quando tudo parecia previsível, um carro preto detém sua marcha frente ao
portão da casa. De seu interior desce uma mulher com um ramo de Azaleias da
mesma cor que seus olhos. Entrega o presente e vai embora. Ao retirar-se, sem
que ninguém perciba deixa cair un punhado de sol no jardim. Devagar, a tarde
volta a iluminar-se.
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